Que tal emprestar dinheiro a um estranho?

O peer-to-peer lending é uma novidade no mercado de FinTech. Trata-se de uma modalidade de empréstimo que é realizada diretamente entre pessoas, sem a presença de um banco.

Esse negócio se configura em geral em forma de marketplace, unindo quem deseja emprestar seu dinheiro e quem deseja pegar um empréstimo, mesmo que essas pessoas não se conheçam.

O legal é que, tirando o banco da jogada, que em geral possui uma estrutura de custo pesada e cobra muito caro pelo empréstimo, as pessoas conseguem empréstimos com taxas melhores enquanto as que emprestam, rentabilizam mais o dinheiro parado.

Nos Estados Unidos isso já é realidade e o negócio é bilionário. E não é de hoje. Agora em março de 2015 o peer-to-peer lending faz seus 10 anos de idade.

No Brasil o primeiro negócio de peer-to-peer lending foi o FairPlace. Ele foi lançado no dia 19 de outubro de 2010 e foi um sucesso total!

Em praticamente dois meses conseguiram 1090 solicitações de empréstimos, dentre as quais 592 foram totalmente captadas, representando 54% de taxa de sucesso. Somente 1,9% das solicitações não tiveram nenhuma parte do empréstimo efetivada.

O site fez tanto sucesso que chamou a atenção dos grandes. O Banco Central entrou com uma ação e em 15 de dezembro de 2010 os donos do Fairplace resolveram suspender as atividades. De lá pra cá o negócio foi abandonado.

Menos de três meses de existência. Essa é a história do peer-to-peer lending no Brasil.

Há quem diga que a forma que o Fairplace montou o negócio foi muito ruim, e outros que dizem que é viável montar uma operação similar mesmo dentro das leis atuais. Eu não entro no mérito.

Recentemente tomei conhecimento de outra iniciativa aqui no Brasil, chamada Nexoos. Sinceramente não sei qual a estratégia que vão adotar para enfrentar o poderio dos bancos brasileiros e as intervenções do Banco Central, mas eu torço que consigam para que tenhamos mais inovação e disrupção por aqui.

Enquanto isso, lá nos Estados Unidos, o Zopa, Prosper, Lending Club, e todos os outros estão movimentando mais de 5 bilhões de dólares e tem previsão de aumentar para mais de 150 bilhões de dólares em 2025 de acordo com a PriceWaterhouseCoopers.

E não é só nos EUA que esse negócio bombou, no Reino Unido temos muitos outros players: Funding Circle, ThinCats, MarketInvoice, RateSetter, LendLoanInvest, LendInvest, Lending Works, Landbay, e outros menores.

Esse é um bom negócio para vislumbrar para o futuro no Brasil, mas o desafio vai ser grande e o trabalho enorme!

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Abraço e até a próxima.