Bancos são basicamente software
Não é de hoje que eu reflito sobre a estrutura dos bancos e o futuro dos serviços financeiros. Venho construindo uma visão que compartilho aqui e mostro como está se tornando realidade. Embora pareça estritamente financeiro, esse é um assunto relevante para qualquer pessoa que trabalhe com software e eu explico o porquê.
Há mais de 30 anos atrás, um visionário, chamado John Reed, que veio a se tornar o chief executive do Citibank, disse:
“Banking is just bits and bytes.”
Eu traduziria como “Bancos são basicamente software”.
Essa citação não foi muito bem compreendida na ocasião, mas nas últimas décadas vêm fazendo cada vez mais sentido para muitos que trabalham com tecnologia e com bancos.
Eu entendo o banco como “um conjunto de produtos e serviços relacionados ao seu dinheiro”.
Partindo dessa definição, é como se o banco fosse um aglomerado de soluções, que em geral não estão ligadas entre si, mas que são oferecidas através dos mesmos canais, são eles, Internet Banking, Agências, etc.
A maioria dos produtos e serviços podem ser contratados em separado e por consequência poderiam ser oferecidos por empresas privadas. O que impede basicamente que isso aconteça são as leis que regulam a prestação de serviço financeiros.
Pelo que venho observando essas leis vem mudando, inclusive aqui no Brasil. Vou escrever posts específicos sobre isso.
A questão principal é que dentro desse contexto eu acredito que:
Para cada produto oferecido pelos bancos haverá uma (nova) empresa privada oferecendo um serviço financeiro igual ou melhor.
Eu digo que essas novas empresas têm a tendência de serem melhores, basicamente por dois motivos:
Primeiro, por que quando você tem uma empresa que é focada em uma única solução fica mais fácil que ela proveja um serviço melhor do que outra que possui centenas de soluções.
Segundo, e mais importante, é que essas novas empresas privadas estão sendo criadas dentro de um novo contexto. O contexto digital. Isso faz toda a diferença sobre como todo o negócio é estruturado.
Assim como estamos vivenciando a digitalização de diversos setores, como por exemplo o de telecomunicações, que vem migrando de linhas analógicas para chamadas pela internet, e o das comunicações, que saiu de jornais para portais online, o setor financeiro passará pelo mesmo processo.
O banco do futuro é digital.
Esse papo é longo e será objeto de futuros posts, essa frase acima tem muito significado e por hora guarde essa informação que ela é bem relevante ;-)
Essas crenças que descrevo aqui vêm aos poucos se tornando realidade. Recentemente eu vi essa imagem que comprova o que estou falando:
Veja a quantidade de negócios, startups e soluções que substituem cada serviço oferecido pelo banco Wells Fargo.
É inevitável que esse movimento continue. Até então os bancos conseguiram segurar a evolução por meio do poder financeiro e impedimentos das leis, mas até quando?
Esse é o assunto que mais me interessa no momento e tenho estudado bastante. Se você quiser que eu escreva sobre algum tópico específico, deixe um comentário aqui embaixo.
Abraço e até a próxima.